Arquivos anuais: 2016
O ritmo da fome não é o da burocracia
Apoiados pela SBPC, refugiados de Belo Monte dão uma aula sobre tempo e palavra – e exigem o direito de viver
Tem algo muito importante acontecendo neste momento no Xingu. E, como sempre, longe demais dos espasmos do centro-sul.
E acontece porque uma barreira foi rompida: a universidade fez o movimento, foi olhar Belo Monte de perto. E se juntar às vozes das pessoas mais invisíveis desse processo de violências: os ribeirinhos. A palavra escrita, aquela que tem violentado os povos da floresta, dialogou com a palavra oral. Desta vez, um diálogo sem subalternos. E realizou o que para mim é uma das poucas coisas bonitas que aconteceram em 2016.
O que acontecerá lá a partir de agora depende também de o quanto cada um de nós está disposto a fazer o movimento. E tornar o “território ribeirinho” possível. Essa palavra é verbo – e se conjuga no plural.
Leia na minha coluna no El País
O amanhã não pode ser apenas inverno
O desafio deste momento talvez seja o de descobrir como é possível criar uma utopia a partir do excesso de lucidez.
Minha coluna no El País:
É brutal conjugar a vida no presente quando a ideia de futuro é uma distopia. Para que a vida seja possível no presente é preciso ser capaz de imaginar não apenas um futuro onde se possa viver, mas um pouco mais: um futuro onde se queira viver. A pergunta difícil deste momento é: isso ainda é uma possibilidade?
Leia o texto completo AQUI
O amanhã não pode ser apenas inverno
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