A Amazônia não é nossa

A perversão máxima deste momento do Brasil é que tudo está acontecendo seguindo “os ritos da lei”. É assim que os grileiros estão sendo anistiados na Amazônia: o que era “ilegal” foi convertido em “irregular”. E, ao contrário do que é ilegal, o que é irregular pode ser regularizado. A Lei da Grilagem 2, de Temer, ampliou e piorou a Lei da Grilagem 1, de Lula: com ela, o atual governo transformou grileiros em “cidadãos de bem”.

A maior floresta tropical do planeta está sendo convertida em propriedade privada de poucos e os únicos que a defendem com o seu corpo – e morrem por isso – são os mais frágeis: indígenas, ribeirinhos, quilombolas e camponeses.

O sangue nos mostra qual é o lado que está perdendo. Resta saber de que lado você está.

Foto aérea sobre a Terra do Meio, no Pará, hoje ameaçada pela grilagem LILO CLARETO/ARQUIVO PESSOAL

Foto aérea sobre a Terra do Meio, no Pará, hoje ameaçada pela grilagem LILO CLARETO/ARQUIVO PESSOAL

O governo Temer e a bancada ruralista do Congresso estão empenhados em transformar a maior floresta tropical do mundo em propriedade privada de poucos

Leia na minha coluna no El País

 

Gays e crianças como moeda eleitoral

Cena de interior II, da artista Adriana Varejão: obra estava exposta na mostra 'Queer Museum – Cartografia da Diferença na Arte' em Porto Alegre. DIVULGAÇÃO

Cena de interior II, da artista Adriana Varejão: obra estava exposta na mostra ‘Queer Museum – Cartografia da Diferença na Arte’ em Porto Alegre. DIVULGAÇÃO

As milícias em benefício próprio descobriram como barganhar com a vida dos brasileiros e ganhar adeptos manipulando o medo e o ódio

O fechamento da mostra Queer Museum – Cartografia da Diferença na Arte Brasileira aponta a crescente articulação entre setores da política tradicional e milícias como o Movimento Brasil Livre (MBL). Essa articulação está desenhando o Brasil deste momento – e poderá ter muita influência na eleição de 2018. Nesta coligação não formalizada, velhas táticas ganham aparência de novidade pelo uso das redes sociais, com enorme eficiência de comunicação. É velho e novo ao mesmo tempo. A vítima maior não é a arte ou a liberdade de expressão, mas os mesmos de sempre: os mais frágeis, os primeiros a morrer.

 

Leia na minha coluna no El País

 

 

 

 

A lei não é para todos

(Divulgação)

Cartaz do filme “A Lei é para Todos” (Divulgação)

Como a Lava Jato reforça no país uma ideia perigosa: a de que prisão é justiça

A Operação Lava Jato, mesmo com todas as falhas e abusos cometidos, assim como a vaidade descontrolada de parte de seus protagonistas, presta um grande serviço ao Brasil ao revelar a relação de corrupção entre o público e o privado. Uma relação que atravessa vários governos e vários partidos e vários políticos de vários partidos. E a Operação Lava Jato presta também um grande desserviço ao Brasil ao reforçar uma das ideias mais perigosas, entranhadas no senso comum dos brasileiros, e realizada no concreto da vida do país: a de que prisão é sinônimo de justiça. Num país em que o encarceramento dos pobres e dos negros tornou-se uma política de Estado não escrita – e, paradoxalmente, acentuou-se nos governos democráticos que vieram depois da ditadura civil-militar (1964-1985), reforçar essa ideologia não é um detalhe. Tampouco um efeito colateral. É uma construção de futuro.

 

Leia na minha coluna no El País

 

 

 

Página 4 de 12« Primeira...23456...10...Última »