“Mataram meu filho. Mas não quero polícia mais armada, eu quero políticas públicas”

A população de Altamira e do Xingu se sente abandonada pelo Brasil. E com toda a razão.

Dedico esta coluna especialmente àqueles que diziam que era preciso construir Belo Monte para o Brasil crescer – e mais especialmente ainda àqueles que dizem que Belo Monte é energia limpa.

Málaque Mauad Soberay, de braço erguido, durante manifestação pela paz ocorrida em 5 de outubro, em Altamira, no Pará LILO CLARETO

Málaque Mauad Soberay, de braço erguido, durante manifestação pela paz ocorrida em 5 de outubro, em Altamira, no Pará LILO CLARETO

Com Belo Monte, Altamira mergulha num ciclo de violência e uma mãe se alia à comunidade para um levante pela paz

Em apenas quatro dias, de 29 de setembro a 2 de outubro, Altamira foi manchada pelo sangue de nove assassinatos. Em 2000, Altamira registrou oito mortes: uma a menos que nestes quatro dias de 2017. Entre 2000 e 2015, a taxa de assassinatos daquele que é hoje o município mais violento do Brasil aumentou 1.110%. Málaque Mauad Soberay é uma das mães que choram pelo seu filho assassinado. Mas Málaque não pede mais sangue. Málaque não pede linchamento. Málaque pede amor. Amor até mesmo pelos assassinos do seu filho. E especialmente por suas mães.

Leia o texto completo no El País

Objetos pessoais de Magid Elias Mauad França, 22 anos, um dos nove assassinados em quatro dias em Altamira (PA), foram colocados como homenagem e protesto diante da casa de sua família LILO CLARETO

Objetos pessoais de Magid Elias Mauad França, 22 anos, um dos nove assassinados em quatro dias em Altamira (PA), foram colocados como homenagem e protesto diante da casa de sua família LILO CLARETO