O Supremo e a farsa do amianto

Acompanho o escândalo do amianto desde 2001. E desde 2001 vejo os trabalhadores morrendo sem justiça. Em 2012, fiz uma reportagem em Casale Monferrato e vi uma cidade contaminada por uma fábrica da Eternit, com centenas de pessoas doentes, pessoas que nunca tinham pisado no chão de fábrica, pessoas de todas as classes e profissões. A tragédia de Casale poderá ser a paisagem futura de localidades brasileiras. A produção de amianto aqui começou mais tarde. E o pico dos mesoteliomas (câncer do amianto) acontecerá também mais tarde.

Por tudo isso, precisamos acompanhar com muita atenção o que o Supremo vai decidir nesta quinta-feira, dia 10. O amianto está no corpo dos trabalhadores, está nos nossos telhados, está nas nossas caixas d’água…

Como é possível que, em 2017, ainda se discuta no Brasil se é possível seguir produzindo e usando um material cancerígeno que mata milhares de pessoas e há muito foi banido de dezenas de países?

 

Leia na minha coluna no El País

(Trailer do documentário “Não respire – contém amianto”, Divulgação: Repórter Brasil)

 

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