O “ursinho” coreano e o tamanduá empalhado

Como a imagem desafia a democracia nos tempos do botão de “curtir”

Kim Jong-un, ditador de um país em que o povo tem pouco ou nenhum acesso à internet , fez uma conquista só possível em tempos de internet. De repente, o ogro do planeta ganha “likes” do mundo inteiro. E sua versão simpática e rotunda ocupa todas as telas por vários dias. É um caso fascinante de mudança de imagem, já que ele tinha terminado 2017 como um tirano maluco. E, em abril de 2018, converteu-se numa espécie de Shrek da geopolítica internacional. É possível compreender por que o encontro entre as duas Coreias foi considerado um “momento histórico”. Mas a história hoje talvez seja a de que Kim Jong-un conseguiu expandir a propaganda enfiada pelas retinas dos nortecoreanos dia após dia desde os tempos do avô para o mundo das democracias, com a velocidade que só a internet permite. Sem trocar o figurino, mas ampliando o sorriso de emoji do retrato oficial.

El líder de Corea del Norte, Kim Jong-un, saluda al presidente de Corea del Sur, Moon Jae-in, en la frontera entre las dos coreas este domingo. STR (AFP/Reprodução El País)

El líder de Corea del Norte, Kim Jong-un, saluda al presidente de Corea del Sur, Moon Jae-in, en la frontera entre las dos coreas este domingo. STR (AFP/Reprodução El País)

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