The Fate of the Amazon Is on the Line as Brazil Goes Back to the Polls

TIME 
BY ELIANE BRUM AND JONATHAN WATTS
OCTOBER 29, 2022 9:00 AM EDT
Brum has reported from the Amazon for more than ten years; Watts is a Guardian environment writer. They recently launched the rainforest-based, trilingual news site Sumauma

View of a burnt are of the Amazonia rainforest in Apui, southern Amazonas State, Brazil, on September 21, 2022. - According to the National Institute for Space Research (INPE), hotspots in the Amazon region saw a record increase in the first half of September, being the average for the month 1,400 fires per day. MICHAEL DANTAS-AFP (Reprodução da Time)

View of a burnt are of the Amazonia rainforest in Apui, southern Amazonas State, Brazil, on September 21, 2022. – According to the National Institute for Space Research (INPE), hotspots in the Amazon region saw a record increase in the first half of September, being the average for the month 1,400 fires per day. MICHAEL DANTAS-AFP (Reprodução da Time)

For Amazonian land activist Erasmo Theofilo, this year’s Brazilian presidential election is the most important in the country’s history. But he could not vote during the first round on October 2 because he and his family were in hiding from assassins.
Since Jair Bolsonaro came to power in 2019, this is the fourth time that Theofilo, his wife Nathalha, and their four small children have had to go into protection programs to avoid assassination. Two of their colleagues have been murdered, bullets have been fired at their home, their children have been threatened, and local businessmen who want to use the land for cattle ranching have reportedly put a price on their heads.

Leia o artigo completo na TIME, clicando AQUI (somente em inglês)

A ultradireita global e o controle dos corpos

Protestas en Indiana contra la decisión del Tribunal Supremo de Estados Unidos de revocar el derecho al aborto. AJ MAST (AP) / Reprodução do El País Espanha

Protestas en Indiana contra la decisión del Tribunal Supremo de Estados Unidos de revocar el derecho al aborto. AJ MAST (AP) / Reprodução do El País Espanha

A derrubada do direito ao aborto e a redução do poder da Agência de Proteção Ambiental pela Suprema Corte dos Estados Unidos apontam para o mesmo objetivo: o controle dos corpos. Não quaisquer corpos, porém. No caso do aborto, o das mulheres. No caso do clima, os mais pobres, em todo o planeta os pretos e os indígenas, os mais afetados pelo aquecimento global – e, principalmente, o corpo-planeta. A ofensiva dos republicanos que hoje dominam o tribunal é pelo controle dos corpos insurgentes: tanto dos corpos das protagonistas do movimento feminista Me Too quanto daqueles que derrubaram estátuas de heróis americanos brancos, escravocratas e colonialistas – e da natureza que se insurge em transfiguração climática após o ataque sistemático da modernidade movida a combustíveis fósseis.

As decisões da Suprema Corte dos Estados Unidos, maior emissor de carbono junto com a China, sinalizam que a troca de presidente está longe de garantir a recuperação de direitos e o avanço em temas cruciais como o aquecimento global. A tentativa de golpe de Donald Trump, com a invasão do Capitólio, deu um exemplo para a extrema direita do que fazer quando perdem as eleições. O primeiro ano e meio do governo do democrata (bem moderado) Joe Biden apontam que não basta ganhar as eleições e fazer o resultado das urnas valer. O que levou a extrema-direita ao poder continua ativo mesmo com um presidente democrata, e corroendo a democracia tanto por dentro das instituições quanto ao insuflar o desamparo das camadas populares com a acelerada deterioração de uma vida já sem promessas de futuro.

Países com instituições mais frágeis, como o Brasil, terão muito mais dificuldades para enfrentar os tempos pós-Bolsonaro, caso consigam evitar a reeleição e o golpe em curso. Ninguém deixou mais explícita a relação entre o corpo das mulheres e o corpo da floresta que Jair Bolsonaro, ao dizer em seu primeiro ano de governo que a Amazônia era “a virgem que todo tarado de fora quer”. Tanto o corpo feminino quanto a natureza são corpos a serem objetificados, espoliados e esvaziados. É esta a lógica colonial e patriarcal que a extrema-direita luta para manter e que levou o planeta à catástrofe climática.

Nas últimas semanas, uma juíza impediu uma menina de 11 anos de fazer um aborto por gravidez resultante de estupro, contrariando a lei, e um jornalista expôs publicamente uma atriz que deu o bebê resultante de violação para adoção. Esta é a pré-campanha das bases – e com esta o país terá que lidar para muito além das eleições.

Não por acaso há um terceiro retrocesso protagonizado pela Suprema Corte dos Estados Unidos no mesmo período, ao autorizar civis a portar arma de fogo em público. Não por acaso o Brasil teve um aumento no porte de armas de 473% durante o governo Bolsonaro. Se os retrocessos legais não são suficientes para controlar os corpos insurgentes, as armas servem para destruí-los. É isso que a execução de defensores da natureza tem mostrado na Amazônia dia após dia.

Leia na minha coluna no El País- Espanha (somente em espanhol)

Página 1 de 2912345...1020...Última »