O golpe de Bolsonaro é pela família, contra a nação

Entre os tantos momentos graves vividos pelo Brasil desde que Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito presidente e passou a governar como antipresidente, este em que ele e sua família pregam abertamente um autogolpe é possivelmente o pior. E, a depender de como for enfrentado pela sociedade, outros piores virão. Se aqueles que ocupam as instituições brasileiras ainda têm respeito pelos seus deveres constitucionais, é hora de resgatar o que resta de democracia e usar a Constituição para responsabilizar o ato golpista antes que seja tarde. Não há democracia possível se aquele que foi eleito para governar estimula pessoalmente o autogolpe, incitando seguidores que falam abertamente em fechar o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. Não há democracia possível se aquele que foi colocado no Planalto pelo voto está disseminando panfletos pelo seu próprio WhatsApp, em que a população é convocada para ocupar Brasília e as cidades do país no próximo domingo, 26 de maio. Se as instituições brasileiras, todas elas, assim como a sociedade, apenas assistirem passivamente ao antipresidente rasgar abertamente a Constituição, acordaremos na próxima segunda-feira em outro país. E, posso garantir: não será um lugar bom.

O presidente Jair Bolsonaro ao lado dos filhos Carlos, Eduardo e Flávio em foto divulgada no Facebook de Carlos Bolsonaro REPRODUÇÃO/FACEBOOK

O presidente Jair Bolsonaro ao lado dos filhos Carlos, Eduardo e Flávio em foto divulgada no Facebook de Carlos Bolsonaro REPRODUÇÃO/FACEBOOK

O antipresidente ataca o país para defender os interesses do seu próprio clã

Leia na minha coluna no El País

 

O “mártir” governa

Enquanto o novelão se desenrola, capturando e desviando a atenção do país, o “mártir” governa. E como governa. O projeto autoritário que Bolsonaro representa avança a cada dia sobre o Brasil com velocidade assombrosa.

Bolsonaro e o Comandante do Exército, Edson Pujol, durante cerimônia em Brasília no dia 17 de abril (Sérgio Lima/ AFP/Reprodução do El País)

Bolsonaro e o Comandante do Exército, Edson Pujol, durante cerimônia em Brasília no dia 17 de abril (Sérgio Lima/ AFP/Reprodução do El País)

Quem aponta “paralisia” na antipresidência de Bolsonaro está cego – ou se faz de cego – para a velocidade assombrosa da implantação do projeto autoritário

Leia no El País em português e em espanhol

 

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