Morrendo como objeto

Minha coluna no El País:

O sistema médico-hospitalar faz de nós violentados: em vez de viver o luto, temos que lidar com o trauma

 

Somos seres que morrem, isso não podemos evitar. Somos seres que perdem aqueles que amam, e isso também não podemos evitar. Mas há algo aterrador que persiste, e isso podemos evitar. E, mais do que evitar, combater. É preciso que os mortos por causas não violentas cessem de morrer violentamente dentro dos hospitais.

 

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Outras reportagens e artigos sobre o luto e o morrer:

 

A enfermaria entre a vida e a morte
Lá, eles respeitam o tempo de morrer. Lá, cuidar é mais importante que curar. Lá, todo dia eles respondem: prolongar a vida ou aceitar o fim?

A mulher que alimentava
Os últimos 115 dias da vida de Ailce de Oliveira Souza

Minha vida com Ailce
Eliane Brum conta como foi fazer uma reportagem que só terminaria com a morte da personagem principal

Programa Profissão Repórter: Caco Barcellos, Eliane Brum e Thais Itaqui contam a rotina de uma enfermaria que cuida de pessoas no fim da vida

O filho possível
Acompanhamos uma UTI neonatal que trabalha com cuidados paliativos. Nela, a medicina faz diferença mesmo quando não há cura

A mãe órfã
Lutos mal elaborados também matam

A mulher que restou
Como viver depois de perder o marido e a filha única em 20 meses? Joan Didion responde à tragédia num texto delicado e brutal

A vida na “Tumorlândia”
O grande polemista Christopher Hitchens conta, com a inteligência e a ironia que marcaram a sua obra, como é a vida no mundo novo e muito peculiar no qual são lançadas as pessoas a partir do diagnóstico de um câncer

As mães não deveriam morrer
Resta-nos o movimento que transforma dor em saudade

Testamento vital
CFM prepara documento para garantir dignidade na morte

O mundo da gente morre antes da gente
A vida que conhecemos começa a desaparecer lentamente, num movimento silencioso que se infiltra nos dias, junto com aqueles que fizeram da nossa época o que ela é

Morrendo na primeira pessoa
Depois de se tornar interdita e silenciada no século 20, a morte ganha cada vez mais espaço em narrativas confessionais de notáveis e de anônimos. Em nossa época, a internet e as redes sociais alteram também o modo como olhamos e falamos sobre a doença, o envelhecimento, o luto e o fim da vida

 

 

 

Doria Gray e as leis do poder

Amigos, de volta.

Como compreender o novo prefeito de São Paulo a partir do seu livro de cabeceira

 

Leia na minha coluna no El País 

 

Alguns destaques:

Doria, que parece acreditar ser uma versão atual de “Príncipe”, citou um autor que já foi chamado de o “novo Maquiavel”

“Mantenha os outros em estado latente de terror”, diz o livro de cabeceira do prefeito

“Aparente ser um modelo de decência enquanto está sendo um consumado manipulador”, aconselha o livro conhecido como “Bíblia dos Psicopatas”

No populismo do século 21, a política é reduzida ao entretenimento e os cidadãos à claque de programa de auditório

Se Geraldo Alckmin acolher a indicação literária do afilhado, poderá descobrir-se identificado com uma “vaca cheia de leite”

 

Obrigada pela leitura e pela confiança em mais um ano. Desejo a todos que encontrem tempos de delicadeza dentro, porque fora está difícil. E que a gente possa se encontrar para reconstruir o espaço público, aquele em que é possível estar com o outro.

Eliane