A Academia do Oscar fez justiça ao expulsar Polanski e Cosby por crimes contra as mulheres?

Bill Cosby y Roman Polanski, en imágenes de 2006 y 2017, respectivamente AP (Reprodução El País)

Bill Cosby y Roman Polanski, en imágenes de 2006 y 2017, respectivamente AP (Reprodução El País)

As mulheres, tantas vezes chamadas de putas, vagabundas, bruxas, tantas vezes socialmente condenadas e excluídas por isso, impedidas de se expressar, barradas em seus desejos, enclausuradas como loucas, conhecem melhor do que ninguém o que é a morte em vida. A morte pelo ostracismo e pela exclusão. O peso de um linchamento público. A invisibilidade mesmo sendo visível. O vazio de ser condenada a não ser vista pelo outro, pelos outros. A voz que grita e que mesmo assim não é escutada.

A experiência das mulheres de ser violentada de tantas maneiras neste mundo, uma delas pelo silêncio diante de seus gritos, deve nos ajudar a querer justiça para os assediadores, abusadores e estupradores – mas nunca, jamais vingança. A vingança não nos merece.

Leia no El País

 

 

Belo Monte: a memória afogada e as palavras-cicatrizes

O Brasil é um construtor de ruínas. O Brasil constrói ruínas em dimensões continentais.
Fiz um TEDx Porto Alegre sobre meu olhar sobre o que é ser um ribeirinho, depois de escutá-los por vários anos, e sobre a minha própria escrita sobre Belo Monte desde 2011.
O que penso neste texto que apresento é algo bem caro para mim, resultado de um longo processo de escuta do modo de vida ribeirinho e de reflexão sobre as possibilidades e as impossibilidades da escrita.

 

O “ursinho” coreano e o tamanduá empalhado

Como a imagem desafia a democracia nos tempos do botão de “curtir”

Kim Jong-un, ditador de um país em que o povo tem pouco ou nenhum acesso à internet , fez uma conquista só possível em tempos de internet. De repente, o ogro do planeta ganha “likes” do mundo inteiro. E sua versão simpática e rotunda ocupa todas as telas por vários dias. É um caso fascinante de mudança de imagem, já que ele tinha terminado 2017 como um tirano maluco. E, em abril de 2018, converteu-se numa espécie de Shrek da geopolítica internacional. É possível compreender por que o encontro entre as duas Coreias foi considerado um “momento histórico”. Mas a história hoje talvez seja a de que Kim Jong-un conseguiu expandir a propaganda enfiada pelas retinas dos nortecoreanos dia após dia desde os tempos do avô para o mundo das democracias, com a velocidade que só a internet permite. Sem trocar o figurino, mas ampliando o sorriso de emoji do retrato oficial.

El líder de Corea del Norte, Kim Jong-un, saluda al presidente de Corea del Sur, Moon Jae-in, en la frontera entre las dos coreas este domingo. STR (AFP/Reprodução El País)

El líder de Corea del Norte, Kim Jong-un, saluda al presidente de Corea del Sur, Moon Jae-in, en la frontera entre las dos coreas este domingo. STR (AFP/Reprodução El País)

Leia no El País (somente em espanhol)

 

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