Amigos,
Nestes tempos tão duros, a gente precisa fazer também o que não sabe. Eu fiz um vídeo, responsabilizando Bolsonaro pelo que acontece com Lilo e com todos aqueles que lutam para respirar num leito de hospital ou, pior, na fila para um leito de hospital. Por todas as centenas de milhares de pessoas mortas por covid-19, mortes que poderiam ter sido evitadas. E que seguem aumentando. Bolsonaro precisa ser responsabilizado criminalmente pelo que fez e faz. E penso que, já que os tribunais são fracos e/ou covardes, precisamos começar nós mesmos a responsabilizá-lo apontando o dedo publicamente. Já faço isso em texto, há meses. Agora fiz também em vídeo.
O vídeo faz parte da campanha para arrecadar dinheiro para pagar a conta da UTI do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, onde Lilo está internado desde 21 de março, em estado muito grave. Ele segue na fila para uma vaga na rede pública. Mas, como todos sabem, não há.
Se puderem ajudar a divulgar o vídeo, mando o link das duas redes. Esta fase da campanha está sendo feita pelas minhas páginas no Facebook e no Instagram. São depoimentos lembrando que Lilo não é um número, é uma pessoa. E tem história. Penso que, ao lutar por Lilo, estamos lutando por todas e todos. Nos recusando a aceitar essa conta macabra. Nenhum/nenhuma a menos.
Aqui, no Facebook:
https://www.facebook.com/brumelianebrum/posts/288897105931455
No Instagram:
https://www.instagram.com/p/CNNyLdrgg5y/
VAKINHA: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/respira-lilo
#REDEDEAMIGOSDOLILÃO
Pela vida do fotógrafo Lilo Clareto!
Nosso amigo Lilo, um dos melhores fotojornalistas do Brasil, dedica sua vida a denunciar as desigualdades e violações dos direitos humanos com suas fotos extraordinárias. Vítima de Covid-19, em estado muito grave, Lilo agora é vítima das desigualdades e violações que sempre denunciou. Precisamos da sua ajuda para salvá-lo. Não solte a nossa mão
Lilo Clareto possivelmente se contaminou ao documentar o ecocídio e a crise humanitária provocados por Belo Monte na Volta Grande do Xingu, na Amazônia. Em 2017, ele se mudou de São Paulo para Altamira para documentar as violações cometidas contra os povos da floresta ao lado da jornalista Eliane Brum. Na cidade amazônica se apaixonou por Dani e desse amor nasceu Maria, hoje com apenas 2 anos. Muitas das fotos que você viu na imprensa mostrando a destruição da floresta e de seus povos foram feitas por ele. Muitas das fotos que você viu na imprensa mostrando a beleza da floresta e de seus povos também foram feitas por ele. Agora, Lilo precisa de nós.
Lilo, como a maioria dos brasileiros, é um usuário do SUS. Ele primeiro passou por uma unidade de pronto-atendimento e dois hospitais públicos de Altamira. Em 21 de março, já intubado, Lilo precisou ser tirado às pressas do Hospital Regional Público da Transamazônica. Como o SUS entrou em colapso devido ao número de casos de Covid-19, não conseguimos vaga em hospital público com UTI de nenhuma capital do Brasil. Uma rede de amigas e amigos de todas as partes do Brasil e também de outros países então se juntou para conseguir o dinheiro necessário ao pagamento de uma UTI aérea da Amazônia até São Paulo e também da entrada no Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Desde então, Lilo está internado numa UTI privada na capital paulista.
Lilo segue à espera de uma vaga no sistema público, mas não há. E a dívida com o hospital segue aumentando. Como todos sabem, o valor da medicina privada é assombroso e aumenta todo dia. Nem Lilo nem sua família são ricos. Sua mãe, uma mulher nascida e criada na roça mineira, só se alfabetizou com mais de 90 anos. Depois de trabalhar por muito tempo no Estadão e depois na revista Época, Lilo se tornou freelance e ingressou na vida do precariado, como aconteceu com a maioria dos jornalistas e fotojornalistas da imprensa brasileira em crise. Aquilo que se chama “autônomo” ou “pessoa jurídica”, o que significa que, na prática, não conta com nenhum direito trabalhista e, quando adoece, se descobre em total desamparo. Como agora.
Nós formamos o que chamamos de “Rede de Amigos do Lilão”. E, como a maioria dos brasileiros, vivemos uma situação impossível. E indigna. Não conseguimos uma vaga na rede pública para internar Lilo, como seria seu direito constitucional. Ao mesmo tempo, já raspamos nossas economias para pagar os custos da medicina privada e, mesmo assim, a conta só aumenta. Devemos então tirar Lilo do hospital e deixá-lo morrer na sarjeta? Mais uma cova aberta no cemitério chamado Brasil?
Nosso grito por ajuda é também uma denúncia. Só podemos contar uns com os outros. Então, estendemos a nossa mão e esperamos que você nos alcance a sua. Nos ajude a salvar o Lilo.
Neste momento, ele segue em coma induzido, intubado, num leito de hospital. Do lado de fora da UTI, nós, seus amigos, resistiremos ao horror que Jair Bolsonaro nos condenou ao converter o Brasil no pior país para a pandemia de Covid-19. Resistiremos como floresta: em pé e em rede. E convidamos você a se juntar a nós.
Junte-se a nós para lutar pela vida do Lilo! Ninguém solta a mão de ninguém – e ninguém solta a mão do Lilo!!!
Rede de Amigos do Lilão!
COLEÇÃO LILO CLARETO – 20 x 20 Galeria Solidária de Fotografia
Até 20 de abril, a 20 x 20 Galeria Solidária de Fotografia estará em campanha de solidariedade ao fotógrafo internado em estado grave. Acesse as redes, compartilhe, ajude a divulgar !
Compra de imagens na loja virtual https://liloclareto.myshopify.com/
Instagram https://www.instagram.com/galeriasolidariadefotografia/
Altamira, 21/jan/2017 – Menino da localidade conhecida por Paratizão, se refresca nas águas do lago formado pela barragem de Belo Monte.
Foto: Lilo Clareto
Vitória do Xingu, 15/10/2017 – Dentro da Reserva de desenvolvimento Sustentável (RDS) Vitória de Souzel, no município de Senador José Porfírio, o Tabuleiro do Embaúbal é conhecido por ser o ponto de desova das tartarugas do Xingu. Na verdade, as tartarugas empreendem uma viagem de cerca de 1.000km, desde a Ilha do Marajó para depositarem seus ovos nesse local sagrado para elas. Depois que nascem, as pequenas tartarugas fazem a viagem de volta a Marajó. E esse ciclo se repete pelos anos. Nossa personagem pricipal é a bióloga Cristiane Costa Carneiro, pesquisadora de quelônios, tem nesse ciclo vital objeto de seus estudos. Ela tem um auxiliar importante que é Luiz B. Cardoso Soares, um ribeirinho interessado e dedicado ao estudo das tartarugas. que passou a ser uma espécie de consultor da bióloga. Nesse nosso segundo dia de trabalho no tabuleiro, o material fotográfico é focado no nosso plantão de madrugada, para registrar o vai e vem das tartarugas, que vão se revesando para arranjar um local para a desova no areial, que, parece, vai ficando pequeno para tanta tartaruga, que, quando cava, acaba descobrindo ovos de outras mães. Nesse ponto os urubus vão cumprindo seu papel, fazendo a limpeza do loca, comendo os ovos descobertos. Foto: Lilo Clareto