O chanceler quer apagar a história do Brasil

O chanceler de Bolsonaro exalta um momento da história do Brasil em que as elites se empenham em criar uma identidade nacional depois de o país ter sido colônia de Portugal. Araújo parece acreditar — ou quer que acreditemos — que o governo Bolsonaro está promovendo “o renascimento político e espiritual” do Brasil, como ele escreveu em um artigo. Ou, como afirmou em seu discurso de posse: “Reconquistar o Brasil e devolver o Brasil aos brasileiros”. Araújo quer que acreditemos que tudo o que aconteceu entre a independência do Brasil, a de 1822 — e a nova independência do Brasil, a que ele acredita estar sendo liderada pelo seu chefe, em 2019 — não existiu.

O ideólogo do governo parece sugerir que esse hiato de dois séculos foi um tempo de perdição do Brasil de si mesmo. “O presidente Bolsonaro disse que nós estamos vivendo o momento de uma nova Independência. É isso que os brasileiros profundamente sentimos”, afirma Araújo, que acredita ainda que suas cordas vocais libertam a voz do povo. Bolsonaro seria então uma versão contemporânea de Dom Pedro I, com sua espada em riste para libertar o Brasil. Não mais diante do riacho Ipiranga, agora no espelho d’água do Planalto.

Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil (Reprodução do El País)

Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil (Reprodução do El País)

O chanceler quer apagar a história do Brasil

Como o ideólogo do governo Bolsonaro usa José de Alencar para pregar a assimilação dos indígenas e justificar a abertura de suas terras para o agronegócio

Leia na minha coluna no El País 

O homem mediano assume o poder

Desde 1º de janeiro de 2019, o Brasil tem como presidente um personagem que jamais havia ocupado o poder pelo voto. Jair Bolsonaro é o homem que nem pertence às elites nem fez nada de excepcional. Esse homem mediano representa uma ampla camada de brasileiros. É necessário aceitar o desafio de entender o que ele faz ali. E com que segmentos da sociedade brasileira se aliou para desenhar um Governo que une forças distintas que vão disputar a hegemonia. Embora existam várias propostas e símbolos do passado na eleição do novo presidente, a configuração encarnada por Bolsonaro é inédita.

Neste sentido, ele é uma novidade. Mesmo que seja uma difícil de engolir para a maioria dos brasileiros que não votou nele, escolhendo o candidato oposto ou votando branco, nulo ou simplesmente não comparecendo às urnas. Bolsonaro encarna também o primeiro presidente de extrema direita da democracia brasileira. O “coiso” está no poder. O que significa?

O presidente Jair Bolsonaro (Foto: Eraldo Peres/Ap - Reprodução do El País)

O presidente Jair Bolsonaro (Foto: Eraldo Peres/AP – Reprodução do El País)

O que significa transformar o ordinário em “mito” e dar a ele o Governo do país?

Leia na minha coluna no El País 

Em português

Em espanhol

 

 

O Deus de ódio de Bolsonaro

Jair Bolsonaro, ayer durante su toma de posesión (Foto: Adriano Machado/ REUTERS - Reprodução do El País)

Jair Bolsonaro, ayer durante su toma de posesión (Foto: Adriano Machado/ REUTERS – Reprodução do El País)

El Dios del odio de Bolsonaro

Dios y el nacionalismo se mezclaron en varios momentos históricos. En general, con consecuencias devastadoras

 

Leia no El País (somente em espanhol)

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