Eliane Brum segue como a +Premiada Jornalista da História

Fotos: Lilo Clareto

Fotos: Lilo Clareto

“Eliane Brum, colunista do El País Brasil, segue pelo terceiro ano consecutivo como a +Premiada Jornalista da História do Brasil. Segundo levantamento promovido por este Jornalistas&Cia e Portal dos Jornalistas, que avaliou 163 premiações jornalísticas nacionais e internacionais, com 31 conquistas a gaúcha de Ijuí somou 1.177,5 pontos. Dentre elas, destaque para os internacionais SIP (em duas oportunidades) e Ibero-americano Rei da Espanha, e os nacionais Esso (duas vezes), Vladimir Herzog (cinco), Mulher Imprensa (seis), Comunique-se (quatro), e um Jabuti de Melhor Livro Reportagem, entre outros”.

Confira AQUI a lista do Portal de Jornalistas

 

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Como prêmios são reconhecimento ao trabalho sério do jornalista, trabalho difícil e pontuado por riscos, fico muito feliz. Sou repórter há mais de 30 anos. Andei por quase todos os Brasis. Sou grata por ter testemunhado e documentado a história cotidiana das populações invisíveis e por ajudar a ampliar o alcance das vozes que tantos querem silenciadas. Neste momento em que vivemos sob um governo de extrema direita, que prega o ódio contra a imprensa e os jornalistas porque tem medo de responder a perguntas difíceis e ter suas mentiras desmascaradas por provas, sigo grata por ser jornalista.

Nasci numa ditadura, vivi a redemocratização do país e agora luto ao lado dos meus colegas e das pessoas éticas deste país para restabelecer a importância dos fatos, o conteúdo das palavras e a prevalência da realidade sobre a falsificação. Precisamos muito de jornalismo para combater a mentira e barrar o processo de apagamento da história.

Obrigada a todos que abriram a porta de suas casas e de suas vidas para me contar suas histórias. E obrigada a vocês que me leem e ajudam a ampliar a minha voz.

Seguimos!

Eliane Brum

 

O chanceler quer apagar a história do Brasil

O chanceler de Bolsonaro exalta um momento da história do Brasil em que as elites se empenham em criar uma identidade nacional depois de o país ter sido colônia de Portugal. Araújo parece acreditar — ou quer que acreditemos — que o governo Bolsonaro está promovendo “o renascimento político e espiritual” do Brasil, como ele escreveu em um artigo. Ou, como afirmou em seu discurso de posse: “Reconquistar o Brasil e devolver o Brasil aos brasileiros”. Araújo quer que acreditemos que tudo o que aconteceu entre a independência do Brasil, a de 1822 — e a nova independência do Brasil, a que ele acredita estar sendo liderada pelo seu chefe, em 2019 — não existiu.

O ideólogo do governo parece sugerir que esse hiato de dois séculos foi um tempo de perdição do Brasil de si mesmo. “O presidente Bolsonaro disse que nós estamos vivendo o momento de uma nova Independência. É isso que os brasileiros profundamente sentimos”, afirma Araújo, que acredita ainda que suas cordas vocais libertam a voz do povo. Bolsonaro seria então uma versão contemporânea de Dom Pedro I, com sua espada em riste para libertar o Brasil. Não mais diante do riacho Ipiranga, agora no espelho d’água do Planalto.

Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil (Reprodução do El País)

Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil (Reprodução do El País)

O chanceler quer apagar a história do Brasil

Como o ideólogo do governo Bolsonaro usa José de Alencar para pregar a assimilação dos indígenas e justificar a abertura de suas terras para o agronegócio

Leia na minha coluna no El País 

A política do apocalipse

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Foto: Evaristo Sá/AFP - Reprodução do El País

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Foto: Evaristo Sá/AFP (Reprodução do El País)

La política del apocalipsis

El Gobierno de Bolsonaro se perfila como un capitalismo mesiánico, para abarcar todas las combinaciones ideológicas

Leia na minha coluna no El País (somente em espanhol)

Ele é presidente há uma semana – e Bolsonaro já está causando danos ao Brasil

O mundo precisa compreender o que o Brasil se tornou antes que seja tarde. O Brasil de Jair Messias Bolsonaro não é apenas mais um país que elegeu um presidente de extrema direita num mundo cuja maior potência global é liderada por Donald Trump. Não é somente a versão da América do Sul que desliza para o autoritarismo como países como Hungria, Polônia, Turquia e Filipinas. O Brasil não é mais uma nação periférica com um presidente patético. O Brasil tornou-se a vanguarda apocalíptica que aponta a radicalidade deste momento histórico. Uma vanguarda com poder para aprofundar a crise climática com grande velocidade, afetando todo o planeta.

Leia meu artigo no jornal britânico The Guardian (somente em inglês)

‘The Bolsonaro administration promises a ‘new era’ – a return to a time free of doubts and insecurity.’ Photograph: Sergio Moraes/Reuters (Reprodução do The Guardian)

‘The Bolsonaro administration promises a ‘new era’ – a return to a time free of doubts and insecurity.’ Photograph: Sergio Moraes/Reuters (Reprodução do The Guardian)

 

He’s been president a week – and already Bolsonaro
is damaging Brazil

 

Jair Bolsonaro’s messianic brand of capitalism threatens minorities and the rainforest that protects the planet

 

Read in The Guardian 

O homem mediano assume o poder

Desde 1º de janeiro de 2019, o Brasil tem como presidente um personagem que jamais havia ocupado o poder pelo voto. Jair Bolsonaro é o homem que nem pertence às elites nem fez nada de excepcional. Esse homem mediano representa uma ampla camada de brasileiros. É necessário aceitar o desafio de entender o que ele faz ali. E com que segmentos da sociedade brasileira se aliou para desenhar um Governo que une forças distintas que vão disputar a hegemonia. Embora existam várias propostas e símbolos do passado na eleição do novo presidente, a configuração encarnada por Bolsonaro é inédita.

Neste sentido, ele é uma novidade. Mesmo que seja uma difícil de engolir para a maioria dos brasileiros que não votou nele, escolhendo o candidato oposto ou votando branco, nulo ou simplesmente não comparecendo às urnas. Bolsonaro encarna também o primeiro presidente de extrema direita da democracia brasileira. O “coiso” está no poder. O que significa?

O presidente Jair Bolsonaro (Foto: Eraldo Peres/Ap - Reprodução do El País)

O presidente Jair Bolsonaro (Foto: Eraldo Peres/AP – Reprodução do El País)

O que significa transformar o ordinário em “mito” e dar a ele o Governo do país?

Leia na minha coluna no El País 

Em português

Em espanhol

 

 

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